Festival: Marés Vivas

A época do Verão lembra praia, mar, ondas, mas também festivais de música. Este ano tive o prazer de estar presente no festival das Marés Vivas, que arrancou no passado dia 16 de Julho, no Cabedelo, em Gaia. O festival que já conta com 10 anos de existência, apesar deste ano ter sido apenas a 7° edição, pretende afirmar-se no quadro dos festivais de música do país e da Europa, daí que apostaram num cartaz muito forte para 2009. Lamb e Primal Scream abriram as hostilidades, mas os mais esperados do primeiro dia foram os britânicos Kaiser Chiefs. Não fui à estreia, apesar do meu pass/bilhete para os três dias.

A noite do meio foi a mais estranha. No entanto, contas feitas, o saldo não foi mau de todo. A única coisa que não percebi nem gostei foi a alteração nos horários à última da hora. Os Scorpions estavam previstos em actuar em último lugar e às 23h e pouco (à frente dos Guano Apes) já estavam em cima do palco a tocarem a primeira canção "Coming Home" e eu fora do recinto na fila para entrar. Apesar dos 800m de fila, a demora foi de apenas cerca de cinco minutos para estar lá dentro. O número de espectadores terá estado muito próximo da lotação máxima (25 mil pessoas). Andava-se bem por lá, estava naquela de encontrar muito mais gente. Os Scorpions deram um espectáculo de alta qualidade, são verdadeiramente uns Srs. em palco. E para quem pensava que eles só cantam baladas "Still Loving You", "Wind Of Change" estão muito enganados, deixo-vos por exemplo a "Rock You Like A Hurricane".
 

[ Keane - Everybody's Changing ]

O último dia a julgar pelos chapéus que predominavam nas cabeças dos espectadores e pela média de idades dos mesmos, Jason Mraz seria a estrela da última noite. Mas os britânicos Keane, já habituados a palcos nortenhos, não deixaram que se repetisse o cenário do dia anterior, em que os Guano Apes não conseguiram segurar a plateia, depois do concerto de Scorpions. Para mim, os Keane foram simplesmente os melhores deste festival. As duas horas de concerto que deram foram fabulásticas, eles têm uma energia positiva... meu Deus! E o recinto estava abarrotar, ninguém se conseguia mexer lá dentro. Foi algo de extraordinário o que se ali viveu. Ainda por cima com o vocalista Tom, muitas vezes, a expressar-se em português o seu apreço pelo povo do Norte, e não só! "Everybody's Changing", "Crystal Ball", "Somewhere Only We Know" e "This Is The Last Time" foram abafadas pelo barulho quente das palmas. Foi ao som de "Under Pressure", dos Queen, que os Keane se despediram da edição 2009 do Marés Vivas. 

Um dia recheado de nomes que agradavam a muitos ouvidos, o último dia de festival já estava cheio quando a jovem Gabriella Cilmi subiu ao palco. À quarta música, o inevitável "Sweet About Me", que colocou a australiana nos tops mundiais, germinou o primeiro coro junto ao palco principal. Foi aquela que me surpreendeu mais, para a sua idade tem um grande vozeirão e deu um alto show.
Depois foi a vez de Colbie Caillat, que deixou o público rendido com músicas como "Midnight Bottle" ou "Realize". Numa actuação marcada pela interacção com o público e, sobretudo, com a própria banda, a cantora americana falou do novo álbum, confessou medos e inseguranças e não escondeu a timidez. A actuação terminou com o "Bubbly", mas esta não seria a última vez que a cantora subiria ao palco.
O tão esperado dueto com o Jason Mraz acabou por acontecer já durante a actuação do músico, "Lucky" como também a famosa "I'm Your's" contagiou todo o recinto.

No palco destinado a "Novos Portugueses" estiveram os Sinal e os SoulBizness. Com pouco público, como não deixou de ser habitual neste palco secundário, ainda para mais com as portas do último dia a abrirem bastante tarde (!) os Sinal que conseguiram alguma adesão após a sua terceira canção brindaram ainda os ouvintes com uma versão de "Sempre Que O Amor Me Quiser", de Lena D'Água. Esta banda pop/rock nortenha tem algumas das suas música ("Vivemos Sempre À Espera", "Basta Viver" e a mediática "E Se Amanhã") a fazerem parte das novelas mais vistas da TVI.