31.8.11

ZGANDULO


Passou um mês, mas continua a ser difícil mentalizar-me que partiste deste Mundo (não da minha alma). Na passada quinta-feira quando ia a caminho de Berna, passei perto do sítio onde chegaste a trabalhar, vieste-me logo à memória, e naquele instante pensei que ao voltar após o jogo iria estar com um sorriso na cara porque tu não irias deixar que o Braga não conseguisse passar à fase de grupos desta EL, ainda para mais com a segunda mão da eliminatória no país que a ambos nos diz muito. Conhecemo-nos através do Superbraga.com, não sei dizer o ano preciso, mas recordo-me que foi no antiguinho fórum há largos anos atrás. Encontrei-te por diversas vezes no estádio AXA, homem da bancada Poente! Deparei-me contigo em alguns jantares do melhor site de adeptos de futebol do Mundo. Participámos naquele jogo de futebol misto em Fevereiro de 2007, vimo-nos em San Siro quando o Braga começou a destacar-se pela Europa fora. No ano seguinte estivemos no Parc des Princes, mas foi na concentração de baixo da torre Eiffel que obtive a confirmação e demonstração sobre a personalidade que transmites com uma enorme facilidade; um ser humano com um coração grande. Aconteceu-me uma coisa desagradável, mas tu prontificaste-te logo para me ajudares! Há certas atitudes que nos marcam, e eu sinto-me feliz porque cheguei a dizer-te mais do que uma vez a importância que o teu comportamento teve para mim. Marcou-me em especial porque tenho plena consciência que muita gente não o faria. Não sairá nunca do meu coração. E é um princípio que eu sigo com todo o agrado. Há poucos meses atrás na tua página do Facebook dedicaste-me uma música, uma que te marcou quando andavas por estas terras helvéticas, simplesmente para me dizeres que os verdadeiros amigos estarão sempre à minha espera, nem que seja por breves instantes. Fiquei sensibilizada. A canção tem uma melodia melancólica mas tem uma letra que reforça o espírito, que dá forças para um passo, para uma mudança, para um novo acreditar. E eu tenho pena que não tenhas levado isso em conta antes de teres feito  o que fizeste à tua própria vida. No entanto, não vim julgar-te, vim dizer-te que sigo o teu conselho. Por tudo, o meu mais sincero obrigada! Deixo-te três beijinhos, à moda da Suíça.

29.8.11

Europa League | Young Boys 2 - 2 SC Braga

Estive no Stade de Suisse. Estava um calor imenso, mas na hora do jogo a chuva lembrou-se de cair forte e feio. Relvado sintético. Trovoada e relâmpagos fizeram-se à cena. Os jogadores não se livraram de escorregadelas, e não foram só os nossos, os da casa, aqueles que estão acostumados ao cenário também caíram. Se já antes achávamos que iríamos ter alguns problemas por causa da relva não ser natural, então imaginem as complicações num terreno desnatural e encharcado de água. Não é fácil, nem foi fácil, e os pupilos do Leonardo Jardim, muitos deles estreantes nesta competição europeia, que o digam.
Entraram bem, durante a primeira meia-hora, e que golaço o Hélder Barbosa marcou, mas depois começaram a ficar nervosos e em vez de jogarem em equipa, viu-se muito individualismo e 'zangas' entre os colegas. Não havia calma, o ambiente ficou tenso. Também não gostei do 'queima-tempo' do Quim (tão cedo para quê?), nem da atitude do Hugo Viana perante o árbitro. Gastaram dois cartões que eram completamente desnecessários.
Não foi uma partida excepcional, mas admirei a aposta do onze do nosso treinador, e também achei as três substituições acertadas. Mudou de esquema, sem qualquer rodeio! O Lima não desperdiçou, marcou (já só faltam 28!) numa jogada em que o Matheus me veio à memória. Tivemos de sofrer, o que é normal para quem está em fase de crescimento, mas o importante foi alcançado: passar à fase de grupos da LE. Fiquei contente.
De resto, não demorei sequer três minutos, desde que cheguei à porta de entrada do estádio, até sentar-me no lugar que marcava no bilhete. Passei num segurança que controlava se estava a entrar pela porta certa, e depois foi só subir umas escadas e passar no torniquete. Não fui revistada por ninguém. Devido ao sítio em que me encontrava tive o privilégio de falar e saudar alguns dos nossos Gverreiros. Sempre simpáticos e cheios de boa disposição.
No fim do jogo, e após terem ido aplaudir os adeptos bracarenses que se encontravam no sector dos visitantes, alguns (incuíndo o Jardim) fizeram questão de olhar na direcção em que eu estava, na segunda fila atrás do banco dos suíços e não fiquei molhada, levantaram os braços, sorriram e bateram-nos palmas. Fiquei tão sensibilizada com o comportamento, que só me apetecia lançar-me a eles. Bastava-me descer duas escadas, dar dois passos que já estava dentro do relvado. Não tinha qualquer grade a dividir o espaço.
Estava muita mais gente espalhada por todos os sectores do que aqueles que apareceram no sector visitante! Havia de tudo, gente equipada à Braga, outros com camisolas, cachecóis de outros clubes e de Portugal, e outra grande enchente de portugueses sem qualquer adereço mas pelo aspecto e pela fala não enganavam: “tugas de gema”. No intervalo fui abordada por uma sra. de nacionalidade suíça que me perguntou de onde eu tinha arranjado a camisola que eu levava vestida, disse-lhe que veio de Braga, e ela ficou fascinada e contou-me que as acha muito giras e que queria ter uma também, questionou-me como é que ela conseguiria obter uma. Guardei os seus dados no telemóvel, e vou tratar de lhe arranjar a dita camisola. E há uma pessoa que assistiu a este episódio sem querer, um amigo que costuma visitar este meu blogue, e eu o dele.
Foram anos de desencontros atrás de desencontros, já estivemos algumas vezes nos mesmos locais às mesmas horas mas nunca nos vimos. Agora encontramos, ou melhor, eu é que fui encontrada. Tinha de ser na Suíça! Foi sem dúvida um prazer ter conhecido pessoalmente o dono do blogue Dornomenisco. Gostei imenso daqueles minutinhos durante o intervalo.

Ao ir embora, depois de subir as escadas até o corredor principal da bancada dei de caras com o nosso Manager, o Fernando Couto. Não perdi a oportunidade e tirámos uma foto em conjunto (outra para a colecção). Cheguei a casa já passava da meia-noite, e apesar do cansaço das 2h30 de viagem de carro, aterrei com um sorriso alargado no rosto pelo momento vivido, que o Braga me proporcionou.

22.8.11

Europa League | Já cá canta!


Ora bem, eu consegui bilhetes através do próprio Young Boys, mas enganei-me nos lugares. O sector para os adeptos do Braga é num canto superior, e pelo que pessoas conhecedoras daquele estádio me disseram, não se vê muito bem o futebol dali. O sector encontra-se neste momento meio lotado. Eu vou estar numa zona completamente diferente, escolhi assim para ter uma visão melhor sobre o campo, e para estar mais perto da equipa, visto que não vêm de Portugal ninguém do meu círculo de amigos ou gente familiar. Então consegui arranjar bilhetes para trás do banco de suplentes... dos suíços! Como disse em cima, enganei-me porque como no plano do estádio para o jogo têm o símbolo do Braga no lado direito, e como vi que ainda havia bilhetes não hesitei e encomendei assim, mas afinal aquele banco é o banco dos amarelos. Precipitei-me e saiu-me o tiro pela culatra. Eu vou na mesma para lá equipada a rigor. Quando o Braga marcar (tem de marcar!) vai-me dar um gozo tremendo festejar no meio dos adeptos do YB.

18.8.11

Europa League | Começa hoje!

É já daqui a alguns minutos, no Estádio Axa, frente ao Young Boys, um clube do país em que me encontro há largos anos, que a equipa do Minho irá iniciar a sua caminhada pela Europa (espera-se). Viel Glück, Braga!

16.8.11

"On The Floor", Jennifer Lopez & Pitbull


[ A música deste Verão; cheia de postura! ]

12.8.11

Verão 2011

[ Póvoa de Varzim, 27 Jul '11 ]

[ Ponte de Lima, 30 Jul '11 ]

[ Coimbra, 03 Ago '11 ]

Eu ainda não caí em mim, sobre o facto de já ter voltado das férias. No entanto, as duas semanas em que estive em solo português passaram muito a correr e vim-me embora com muita coisa por fazer, e eu ainda fiz imensas coisas. Andei sempre numa correria! Regressei completamente cansada, desgastada. Estou neste momento num estado pior do que quando eu andava num autêntico stress para deixar tudo direitinho antes de embarcar para férias. Eu esforço-me para estar com o máximo de gente possível só que como troco tenho recebido só críticas por eu não ter ido a X, nem ter visitado Y etc., e isso entristece-me um pouco.
Não dispenso o Verão em Portugal, mas o tempo não chega para tudo, há gente que não entende.

Um pequeno balanço:

- 3 dias na praia (muito sol, muito mar, muita areia)
- 2 dias passados em Lisboa
- 3 concertos (Tony Carreira, Klepht, Bon Jovi) 
- 2 dias passados em Coimbra
- 1 ida à praia fluvial de Verim
- 2 ferradelas de vespas (uma no joelho esquerdo e outra na mão direita) 
- 3 estadias em hotéis diferentes, o resto foi passado na casa dos pais
- 2 partidas de futebol do meu clube
- 1 dia passado em Ponte de Lima

- 2 caches encontradas (Geocaching)
- 3 unhas partidas, e não as tinha muito grandes!
- 2 vezes que a Sporttv me filmou em Barcelos
etc.

8.8.11

Europa League | O sorteio do Play-off

Fiquei tão, mas tão contente com o sorteio para o Play-off da Europa League, de sexta-feira. Finalmente vou poder assistir a um jogo do Braga neste país em que me encontro há largos anos. No dia 25, lá vou eu até à capital da Suíça, 237km de casa, ver os Gverreiros a defrontarem o Young Boys.

7.8.11

Terminaram

O que é bom acaba num instante. As minhas férias terminaram. Amanhã é dia de voltar ao trabalho.

1.8.11

"Era do Benfica mas fiquei magoado"

AB – Apesar de jovem, fará 24 anos em Setembro, tem já um percurso interessante no futebol...

Sílvio - Comecei no Benfica quando tinha seis anos, o meu pai, que tinha jogado nas camadas jovens do Belenenses e do Sporting, achava que eu tinha jeito e levava-me para os treinos.

AB - Tinha razão...

Sílvio - Fiquei no Benfica até ao segundo ano de juniores e ofereceram-me um contrato profissional. Era baixo, mas para mim, que não tinha dinheiro, já era muito. Mas achava que merecia mais, não o assinei porque não o melhoraram e, com 17 anos, tive de sair. 

AB - Ficou por Portugal?

Sílvio -
Decidi ir a uns treinos de captação no Chelsea. Foi uma boa experiência, pois nunca tinha saído de casa. Cresci como pessoa. A seguir fui para o Portsmouth e estive um mês com o Manuel Fernandes, que é meu amigo, mas acabei por não ficar. Regressei a Portugal e como já era tarde a única opção foi jogar na terceira divisão, fui parar ao Atlético do Cacém. Daí passei para o Odivelas, onde fiz uma grande temporada. Fomos a Vila do Conde jogar para a Taça, gostaram de mim e no ano seguinte estava no Rio Ave. Fui feliz lá, gostei do clube, das pessoas e da cidade, mas ao fim de dois anos transferi-me para o Braga, onde fiz uma temporada de sonho, a melhor da minha carreira.

AB - Sei que passou por um mau bocado...

Sílvio -
É verdade. No meio de tudo, com 12 anos, aconteceu-me a coisa mais triste da minha vida: a morte do meu pai enquanto ele assistia a um dos meus treinos. Custou-me imenso, a mim e à minha família... Ficar sem o homem da casa não é fácil para ninguém e muito menos para crianças. Vimo-nos obrigados a crescer muito mais depressa. Fomos buscar forças onde não as havia, mas todos nos unimos e com grande ajuda do meu tio, que foi o segundo pai, conseguimos ultrapassar tudo. Todos os dias penso no meu pai e só lhe peço que me dê forças para continuar a fazer com que ele se orgulhe de mim.

AB -
Foi o Braga quem mais ganhou consigo...

Sílvio -
Pois foi. Comprou-me por tostões e vendeu-me por milhões. Fez um bom negócio, eu contribuí com o meu trabalho, mas o Braga também me deu a oportunidade de me tornar conhecido graças a um ano que ninguém esperava. Nunca pensei que jogaria a um nível tão alto na Champions e na Liga Europa e que chegaríamos à final. E foi graças a esses jogos europeus que agora estou aqui.

AB - Quando surgiu o interesse do Atlético de Madrid?

Sílvio -
Em Janeiro já se falava que no final da época poderia ser transferido. Não acreditava muito porque nunca pensei que um clube como este pudesse estar interessado em mim. Se até então me sentia motivado, depois de saber disso mais fiquei. Trabalhei para melhorar e fazer com que o que era apenas uma hipótese se tornasse realidade. Foi o maior salto da minha carreira, assinei por cinco anos e espero cumpri-los dando o melhor a este clube.

AB - Gostaria de voltar um dia ao Benfica?

Sílvio
- Gosto do símbolo do Benfica e do que representa para os seus adeptos, mas não aprecio nada a sua forma de trabalhar. Não aposta nos jovens, não creio que seja um bom clube nesse aspecto, em que até o FC Porto e o Sporting são melhores. O Benfica sempre foi o meu clube, formou-me, passei lá grandes momentos e o pior da minha vida, mas esse sentimento foi-se apagando. Já não é o clube do futebol português que eu apoio, sou do Braga. Quero que ganhe tudo o que puder. E o mesmo desejo para o Rio Ave. Está à vista que o Benfica não aposta nos jovens. Há lá três ou quatro miúdos muito bons mas é tudo para ir embora. Não me entra na cabeça como é que, havendo tantos bons jogadores que saem da formação, nenhum é aproveitado. São todos emprestados e acabam na terceira divisão, como me aconteceu a mim. Muitos deles têm força para se levantarem, eu tive, graças a Deus.

entrevista @ A Bola