Nos últimos 15 meses perdi três amizades. Três, daquelas que faziam parte do meu círculo íntimo de amigos. Entraram na minha vida por razões distintas, em anos diferentes, mas as três pessoas em causa saíram do meu mundo de forma igual: Num apíce, da noite para o dia, sem qualquer nexo. E eu não fiz nada para merecer tal atitude imatura. Absolutamente nada. Não faço aos outros aquilo que não quero que me façam a mim. Não tenho esse tipo de modos. Sou adulta, não sou uma criancinha.
Uma delas, amiga durante quase uma década, com vários interesses em comum, daquelas que partilhas o dia-a-dia, que conheces segredos (= os podres) que estão guardados a sete chaves, que vais de férias várias vezes ao ano em conjunto, mesmo quando essa pessoa te faz altas cenas maradas nas ditas férias: Exaltando-se por não concordar com o resto do grupo, lançando palavrões e fugindo a sete pés deixando-nos especados à porta do quarto do hotel, não nos abrindo a porta, etc. E no fim, quando a longa tempestade passa, nem um pedido de desculpa pelo ocorrido te diz. Simplesmente péssimo. E isto vivi por duas ocasiões! Os insultos e a má educação ficam com quem os pratica, mas eu não me esqueço dos comportamentos ridículos, de baixo nível. O egoísmo é responsável por tudo de ruim que existe neste planeta. É terrorismo ambiental. Quem tem (tinha!) amigos destes não precisa de inimigos.
Próxima pessoa, desapareceu do meu dia-a-dia. Fui atrás, quis entender o que se passava. Os amigos de verdade preocupam-se uns com os outros. Eles vão atrás quando notam que algo não está bem (coisa que a pessoa de cima nunca fez). Após duas ocasiões falhadas, à terceira lá obtive uma resposta por um outro meio (e seria a minha última tentativa), "a minha vida mudou". Isto, e apenas isto. Não dizendo em concreto a razão da tal mudança. Ok, o que não é normal é a pessoa em questão desaparecer do mapa, bloqueando-me da rede social em que estávamos ligados, mudando de número de telemóvel (disse-me na altura, mas com isto da nova versão do WhatsApp em que voltaram números antigos, deu para verificar que o número continua a ser o mesmo). Caramba, falávamos quase todos os dias. Custava-lhe muito em me dar uma palavrinha antes de partir? É que, a pessoa em questão sabia que eu outrora já tinha vivido uma situação parecida. Portanto, vindo desta pessoa não esperava nada, mas mesmo nada um desfecho destes. Foi uma surpresa desagradável. Ainda para mais, foi-se embora na altura em que eu mais precisava do seu ombro amigo. E por tal, ainda hoje sinto mágoa... mágoa pela atitude de cobardia.
E a terceira, a que mais me espantou: Por não ter respondido a uma mensagem no espaço de um dia foi-se uma amizade. Não consigo ser assim, birrenta e impulsiva. Há cada uma... Detesto gente que não é coerente com o que diz, gente que toma atitudes cruciais e exageradas. Tenham lá calma, que não sou um robô, não sou nenhuma máquina. Não tiro conclusões precipitadas. Depois do que vi, sou forçada a concluir que afinal, há para aí muita boa gente (e esta em causa fez-me muito bem, e eu estarei-lhe grata para toda a vida, e ela sabe disso) sem paciência. A esses impacientes, viver com qualidade é viver com paciência, em serenidade.
Estes três sujeitos excluíram-me e bloquearam-me nas redes sociais (os únicos que até à data me fizeram tal coisa), uau. Algo que me faz alguma confusão. Excluir entendo, acho perfeitamente normal já que não me querem mais nas suas vidas. Agora, bloquear? Bloquear é para mim sinónimo de esconder, e isso é feio. É como se fosse um farrapo velho, que depois de utilizado deita-se fora. E assunto arrumado. Crescam, que eu não sou nenhuma psicopata. Sei saber estar. Sei manter-me afastada.