Coisas de fim-de-semana | VII

O sábado começou bem. O despertador tocou às 7h25. E eu, quando abri as pestanas e reparei no horário, pensei que algo não poderia estar bem porque tinha de me levantar num ápice se queria sair a tempo e horas de casa. Mas fiquei a matutar naquilo durante segundos. Eu tenho por hábito ligar dois despertadores, um toca bem cedo, e o outro bem mais tarde numa hora em que depois tenha mesmo que me pôr a pé. Como só ouvi um estranhei e com razão. As semanas têm passado tão depressa que eu já nem sei a quantas ando (sei, sei que hoje é domingo). Mas foi tão bom quando percebi que se tratava de um sábado e que podia continuar na cama a dormir, que aquele toque foi apenas um mero lapso.

À tarde fui às compras, precisava de comprar massa folhada. Aproveitei e fui ao Shopping com supermercado mais próximo. É claro que já que ali estava fui dar umas vistas pelas lojas de roupa. Bem, mas vamos ao que interessa. Entrei, peguei no que queria e fui para a caixa para pagar. Atrás de mim puseram-se três pessoas. Dois homens e uma mulher com os seus vinte ou trinta anos. Eles pareciam ser irmãos, e ela a namorada/mulher de um deles. Deram logo nas vistas pela maneira de falar. Alto e em bom som, sem qualquer rodeio. Eram portugueses! À minha frente tinha três pessoas, e até ter sido atendida os de trás não se calaram um segundo. Estavam a discutir porque pelos jeitos a mulher tinha gastado antes 40 paus (expressão dita por um deles) em coisas para os sobrinhos. Para ele era muito dinheiro, para ela não. O outro rapazinho que estava com eles nem piava. Eu, por dentro, só me ria com o que estava a ouvir.

Na freguesia onde moro houve festa este fim-de-semana. O 'Chilbi'. É uma festa anual tipo uma feira, com bancas cheias de coisas para os cidadãos comprarem, entre brinquedos para os pequenos, roupa para todas as faixas etárias, artigos em segunda mão, assim como bares e esplanadas (e tiveram sorte com o tempo) para comes e bebes, e um parque de diversões para crianças e graúdos. Como este ano achei que se tinham esmerado na decoração decidi ir até lá para ver melhor. Ok, confesso que fui mais porque é costume haver castanhas assadas à venda. E eu adoro castanhas assadas. E não é que havia? Fiquei logo toda contente quando vi. No entanto, decidimos comprar só quando voltássemos para casa. Demos a volta pela festa e sentámos-nos numa esplanada para bebermos qualquer coisa. Soube uma maravilha. No fim fomos até à banca das castanhas e qual não foi o nosso espanto quando vimos os donos a desmontar tudo? Já não havia mais castanhas. Fiquei fula. Cheguei a casa e meti-me a fazer um folhado de maça. Não comi castanhas, mas comi um folhado feito por mim com sabor a maçã, canela e vinho do Porto.