Agora que já me recompus de Dublin, quero dizer que gostei, gostei imenso de ter estado lá e ter vivido momentos inexplicáveis. A capital da Irlanda é uma cidade linda, com gente pacata, com pontos turísticos interessantes, e com uma cerveja preta saborosa.
Cheguei a Dublin durante a tarde da quarta-feira, e como me disseram que a Fan Zone (The Point Village) do SCB estava um bocado despida, aproveitei a deixa e investi mais no centro de Dublin, porque era lá que estavam a maioria dos bracarenses. No aeroporto apanhei o bus 41, que foi gratuito por causa do jogo. Deixou-me na Parnell Square. Sempre a direito vai-se ter à O'Connell Street. A rua onde se deu a proclamação da independência da Irlanda, num domingo de Páscoa. Desci pela avenida, onde vi a Spire (o monumento da Luz). Depois passei a O’Connell Bridge, que tem por baixo o rio Liffey.
Seguindo sempre, e pela via da direita, virando no primeira rua à direita, entra-se na zona do Temple Bar. Quando lá cheguei já tinham saído de lá a maioria dos adeptos do Braga, menos os meus amigos que estavam à minha espera. Tirámos umas fotos e depois saímos e, fomos à descoberta pela Graton Street (a rua com imensas lojas). Viu-se portugueses por todos os lados. Até que de repente vemos o Arco Fusilier. É a porta de entrada do parque St. Stephen’s Green. É lindíssimo.
Do parque fizemo-nos ao Aviva Stadium (Dublin Arena para a UEFA), que foram uns valentes quilómetros a pé. Chegando às imediações do estádio, vimos a camioneta que transportou a equipa minhota a sair. Por pouco víamos os Gverreiros a saírem para o jogo mais importante da história vermelha e branca.
Peguei no bilhete e entrei para o estádio. Estava mortinha para me sentar na minha cadeira. Mas mal lá cheguei, notei logo uma ventania. Jazus! E passei tanto, mas tanto frio naquele estádio. E ainda dizem que o AXA é frio... nem se compara.
Adorei a cerimónia de abertura. Ver aquilo, fez-me questionar interiormente, se estava a ver bem, se era mesmo o Braga que estava ali, e que iria pisar aquele palco dentro de minutos para defrontar o clube de Pinto da Costa. Foi uma sensação diferente. O sonho estava ali, à minha frente.
O jogo em si, esteve repartido. Calhou para o Porto. O Falcao não desperdiçou a oportunidade que lhe deram. Um único remate à baliza, uma bola dentro das redes. Tivemos tão perto, mas tão perto de sairmos de lá com melhor resultado. Não saímos, paciência. Saímos de lá na mesma de cabeça erguida, pela magnífica prestação nesta Europa League.
O ambiente entre os adeptos de ambos os clubes esteve fenomenal, em perfeita confraternidade! Eu quando fui, fui naquela, será que vai ser assim tão saudável como andam a pintar? Não ia muito convencida disso, afinal de contas tratava-se de uma final europeia. Então quando fiz escala em Londres, lá no aeroporto de Gatwick encontrei alguns portistas, eles passavam por mim, olhavam com cara de estranheza, mas não diziam nada. Mas mal aterrei a Dublin, as coisas mudaram de figura. Passou a ser uma festa! Não vi provocações, não ouvi coisas desagradáveis, nada disso, antes pelo contrário. Elogios! E isso também se verificou no Aviva, no momento de entrega das medalhas aos nossos jogadores. Os 45mil presentes, incl. a equipa do FCP, saudaram os Gverreiros do Minho com um grande aplauso. Foi fantástico, e isso marcou-me. As lágrimas, só não saíram porque me fiz de forte, confesso. Os próprios irlandeses ficaram admirados por nos terem visto a dar-nos bem uns com os outros. Ficámos muito bem vistos por aquelas terras!
Fui abordada nas ruas, na alameda do estádio, na fila de embarque para o avião de regresso a casa, por vários portistas, e mesmo estrangeiros de outros clubes europeus. Mas o Sr. que veio ter comigo na fila de embarque ficou-me marcado. Estava eu na minha onda, à espera da minha vez para entrar, quando veio o Sr. bater-me nas costas, onde depressa me deu a sua mão e me disse que não tinha motivos nenhuns para estar triste pela derrota, antes pelo contrário! Veio ter comigo, de propósito, porque se sentiu na obrigação de me felicitar pelo espectacular clube que é o Braga, pelo excelente futebol que pratica, que no jogo não fomos em nada inferiores ao seu FCP, e que poderia ter calhado tanto para nós como para eles. Mais uma vez o Braga voltou a mostrar que não anda a brincar à bola. Disse-me que só tinha motivos para me orgulhar do Braga. Desejou-me felicidades, uma boa viagem, e seguiu para a sua porta de embarque. Só tive tempo de lhe dizer “Obrigada!”. Fiquei sentida, e completamente sem palavras.
Após o jogo, a festa continuou de bar em bar, novamente até à zona do Temple Bar. Mas também ainda deu para passar pelo Banco da Irlanda. E ainda pela Trinity College, a Universidade mais antiga e famosa da Irlanda. E aqui fomos de "carrinho a puxar". Estão a ver aquele transporte que os chineses utilizam, de bicicleta? Pois bem, em Dublin são carrinhos de ferro e o 'condutor' vai a pé a puxar-nos. Tenho pena de não ter tirado foto! E só custou 3€.
Depressa voltámos à O'Connell Street porque em Dublin, a partir das 3h não se vê casa nenhuma aberta, a não ser o Mc Donald's, que está aberto 24h/24h, ou então os bares do Aeroporto.
Regressei a casa na quinta-feira à noite, porque fiz novamente escala em Londres Gatwick. Completamente exausta, mas completamente rendida por ter ido a esta final da Liga Europa.
6 comentários:
São os jogos com ambientes assim que valem realmente a pena! Esse é o ambiente saudável do futebol. Pena que tanta gente não o compreenda.
Ganda maluca!
Sabes que não gosto de futebol mas preferia que tivesses trazido a taça que os ranhosos dos portistas!
heheheh
Jinho
E a Canon sempre a bombar, certo?
A ver se um dia vou até Dublin. É provável que sim.
Que belo resumo da tua aventura. Foi realmente pena não nos termos cruzado em Dublin... Algum dia vai acontecer, se calhar em Braga. Bjs
Foi realmente um grande dia. Acabou como todos sabemos, mas o orgulho continua em alta!
lala lala!
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