O ano de 2006

Hoje estou aqui para falar do ano que se finda! 2006 foi um ano que me marcou especialmente, por vários motivos, tanto a nível pessoal como profissional. Não podería ter começado da melhor maneira. Logo no primeiro mês do ano estive em Portugal, onde passei cinco dias maravilhosos. A partir daí­ foi só estudar, pois era o meu curso que estava em jogo, o meu último ano, as minhas últimas forças... É que eu nos três anos de curso, nunca fui daquelas alunas atentas, que só tirava apontamentos, fazia os trabalhos de casa ou passava a vida agarrada aos livros, antes pelo contrário. Mas também toda a minha turma era assim. Eu sei que não se deve olhar para o que os outros fazem ou deixam de fazer, e eu na primária e na secundária fui sempre "eu", só que ali não. Sentia-me um pouco cansada. Cansada de livros, de cadernos, de números, de trabalhos, de projectos, etc. Então decidi acreditar no meu própio valor e deixei-me levar. E para ser sincera, pensei que não fosse capaz, e que teria mesmo de repetir o ano. De tal forma que antes dos resultados finais sairem, decidi tirar uma semana de férias e voltei novamente ao meu país de nascença para ganhar energia para enfrentar o "furacão" que eu previa que viesse acontecer.

Em Braga passei o São João, aquela festa onde toda a gente sai de casa para dar matreladas (eu só queria saber quem foi a pessoa que me roubou o meu martelo da mão!). Já nao me lembrava de muita coisa. Há 12 anos que não vivia esta festa. Foi tão divertido! E ainda por cima tive o privilégio de ter a mana Sara comigo. E não me posso esquecer da ida até ao Furadouro com o Clã, a festa da Cerveja, o festejo por termos ganho à Holanda para o Mundial, entre outras saídas. Tive momentos brilhantes dos quais não me vou esquecer. Até que quando regressei a esta terra helvética já nem me recordava do que me estava à espera. Até que no dia seguinte, uma amiga minha me enviou um e-mail a dizer que uma colega nossa já tinha recebido uma carta a dizer que não tinha passado nos exames finais, ou seja, tinha chumbado o curso. Aí­ o meu coração começou a bater forte e feio. Eu já nem queria entrar dentro de casa com o medo de ter alguma carta em meu nome, mas felizmente não tinha. Afinal, ainda havia alguma esperança dentro de mim! Passou mais um dia, dois, três, até que chegou a sexta-feira e eu não fui contactada. Nem queria acreditar! Eu tinha conseguido acabar o curso! Foi uma emoção tão grande que não sei explicar.

De seguida, pude ficar na empresa onde fiz o estágio! Desde Janeiro que sabia que eles me queriam, pois o meu chefe tinha falado comigo, só que eu nunca levei aquilo muito a sério porque tinha medo de falhar, de não conseguir terminar o curso este verão. E por outro lado, não sabia se havia de ficar ou regressar a Portugal definitivamente. Pois, o meu grande SONHO é voltar ao meu país, ao paí­s que me viu nascer, onde passei a minha infancia. Pensei muito sobre este assunto e a maior parte da minha famí­lia e amigos me mandou aceitar e ficar por aqui mais algum tempo, ganhar mais experiência profissional e juntar algum dinheiro para depois ir com a minha vida um pouco mais organizada, é que mudar de armas e bagagens assim sem mais nem menos para Portugal hoje em dia não é tarefa fácil. Assinei o contrato que me ofereceram, de um ano. Até à data não tenho nenhuma razão de queixa. Não podería desejar/ter melhor emprego. Tenho o prazer de fazer aquilo que realmente gosto e quis na vida.

Em Outubro voltei a terras lusas. As saudades já apertavam, e outras aventuras me esperavam. Foram umas férias bastante agradáveis e surpresas apesar da chuva. Adorei o reencontro com as minhas outras manas, a Lúci e a Drica. Já há um ano e meio que não as via. Vivi momentos mágicos e inesquecí­veis que ficaram gravados no meu coracão. É que o valor das coisas não está no tempo que elas duram mas na intensidade com que acontecem.

No mês a seguir tive a oportunidade de ir até Milão, uma cidade encantadora, onde espero muito sinceramente voltar em breve. Fiz também 20 anos (duas décadas!). O meu Braga apesar da revira-volta que houve quando o Prof. Jesualdo Ferreira nos teve de deixar, lá se compôs com a vinda de Rogério Gonçalves, já que o meu vizinho Carlos Carvalhal nos abandonou por motivos pessoais. O Sp. Braga pode-se dar ao luxo de ter tido um treinador com alma braguista (terra/clube). Estamos a um passo dos 16-avos da UEFA e de fazer história, mas ter chegado até aqui já foi um enorme orgulho.

Hoje, estou feliz, claro que também passei por fases menos boas mas para tudo há soluções; umas melhores que outras.

No geral, 2006, foi um ano cheio de alegrias, sucesso e vitórias.