J.Lo, o Irão e eu

Neste Verão surgiu em público o divórcio do casal de cantores Jennifer Lopez e Marc Anthony. Na altura em que ela entrou na ribalta não lhe achava muita piada, não gostava do estilo musical que proporcionava, mas houve um episódio que me marcou. Numa das minhas férias escolares de Outono, andava eu no secundário, em vez de ficar em casa sem fazer nenhum, quis ir trabalhar para uma fábrica para ganhar uns trocos. Nessa empresa conheci e convivi com um rapaz do Irão. Fiquei impressionada com a maneira de ser dele. Ele era tão espectacular. Demo-nos mesmo bem! Após essa semana de trabalho não tive mais contacto com ele. Um mês e poucos dias a seguir fiz anos. E não é que recebi um presente dele? Apanhou-me completamente desprevenida. Ele entregou o presente a uma pessoa em comum que tínhamos. E o que era? O CD single "Im' Real", da Jennifer Lopez! A cantora que ele adorava. Juntamente vinha um papelinho, com um recado.

E eu passo a traduzir as suas palavras no alemão não muito seguro. "Cidália nunca te esqueças, sorri sempre, ajuda as tuas gentes, e o teu país Portugal. Parabéns para ti. Sucesso na tua vida." Achei o acto de uma bondade extrema, e passei a não olhar para aquela gente com receio. Nunca mais o vi, nem falei com ele, o que considero uma pena. Ele não escreveu o seu nome no papelinho, nem eu me recordo dele. Mas poucos dias depois soube que ele tinha voltado para o seu país. O que eu não me esqueci é que ele tinha o sonho de se tornar actor no Irão. Desde então passaram-se 10 anos, e eu espero que ele se encontre bem e que tenha conseguido o seu grande objectivo profissional. A Jennifer Lopez tornou-se numa excelente artista, e hoje posso dizer que admiro a norte-americana descendente de latino-americanos mais rica de Hollywood.